sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Da perda dos sentimentos...

Frio... Porão frio, a velha sensação de abandono. Porém, em algum lugar do mundo, há aquele campo verde, com montanhas ainda mais verdes, ao som de violinos. Onde o sol incide no rosto com a mesma doçura de uma gota de orvalho que roça a folha da manhã.

Tristeza está fora de moda - ficou na década de 40. Nada romântica e sim doentia, ou sem sentido. Tanto faz. Dessa maneira, vão recomedar-lhe um livro de auto-ajuda, ou, na melhor das hipóteses, algum psquiatra vai receitar-lhe algum remédios tarja preta.

Ninguém mais suspira e faz longos discursos à respeito da decadência humana, da falta de sentimento e do vazio existencial. Simples! Não há tempo, é chato e, com tantas possibilidades, você precisa ser coerente, colorido e ter muita energia  - Be Happy!

Diante desse quadro devastador, bate aquela velha tristeza profunda, que nem no poema do Quintaninha:

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

(Mario Quintana. A Cor do Invisível - 1989)

Essas palavras flutuaram na minha cabeça, após o almoço. Fiquei horas jogada no banco da faculdade, pensando no meu próprio vazio e nesse tempo que põe e tira a esperança com a regularidade de um Pulsar. Pensei na beleza das equações que andam a correr do meu entendimento, do descontentamento e da vontade apenas... quem sabe... não, não...

Alguns chamam Mario de 'o poeta da dor'. Algumas vezes, ele me pareceu muito mais meigo e gentil do que triste, com aquela veia solitária, dos que, de alguma forma, transformam essa dor em palavras saborosas.

Eu estou junto à correnteza, olhando o que acontece. Não consigo ter mais envolvimento e alegria.

Sinto um pouco de vergonha por tudo isso, ou seria culpa? É desconcertante ser 'boring' e so 'boring'.

Se pudesse, durante 1 ano, procuraria uma razão, em algum lugar, quem sabe no Chile, lá em Frutillar, ou na terrinha meiga da Galícia.

Eu sei que existem mais pessoas em busca dessa própria razão de ser. Quantas, nesse exato momento, não estão, como eu, a contemplar o horizonte com o olhar perdido.

E de onde elas vêm? Bem sei que ouviram Eleanor Rigby muitas vezes.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mataram o Rock In Rio - Edição de 2011 é uma VERGONHA ALHEIA!

ATENÇÃO: o texto contém palavras de baixo calão.


Eu poderia escrever bilhões de coisas, xingar o filho da PUTA (ou melhor, a filha...) que escalou tanta porcaria e jogou o nome do prestigiado Rock In Rio na sarjeta.

Tirando as bandas de Heavy Metal (com o Metallica, Motörhead e cia.), o bom e velho Hard Rock (com Red Hot Chili Peppers), alguns poucos e tradicionais representantes da MPB, o grande Elton John, e o melhor show do rock in rio - o super Stevie Wonder (salve!),  o resto não serve nem para piada de domingo.

Eu fiquei extremamente chateada ao ler uma deprimente matéria na Folha de São Paulo (link famigerado aqui.), de um jornalistazinho mequetrefe, falando que o show do meu querido SIR foi frio. Puta Que Pariu... Para o raio que o parta! Pois a plateia de 'aborrecentes acéfalos' (a maioria... Há sempre exceções!), admiradores da cantora Rihanna (nada contra a moça!), é que foi responsável por tal.

Como eu odeio essa geração, My Godness! E essa DROGA de 'POP IN RIO' me deixou com urticária!

Ecccaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

E viva ao GOOD e OLD Rock de VERDADE!!! 444eveeeer!



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Jack Lemmon, café e madrugadas...



São 02:07 da madru e estou visualizando uma cidade calma e uma brisa suave passa pelo meu rosto. E se você olhasse-me ao longe, pensaria sobre uma 'gata parda no teto de zinco'. Tenho uma caneca na mão e devaneios flutuam. Contudo fugirei do assunto 'velha roupa colorida'.

Que tal café e um pouco de Jack Lemmon?

Boas lembranças, pois elas remetem-me a um dia gostoso, assistindo Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot/1959) e a briga para assisti-lo dublado. Porém, no final da contas, risadas ecoaram no ar - um dia memorável que, talvez, nunca mais aconteça.

John Uhler Lemmon III, um nome nobre para alguém ainda mais nobre, não apenas no sentindo filosófico, como também financeiro - de uma família rica, frequentou boas escolas e obteve uma graduação em Ciências Políticas em  Harvard.

Eu poderia falar e falar sobre os vários trabalhos dessa imensa filmografia e das indicações ao Oscar (aquela cena em que ele ganha, finalmente, o prêmio por Sonhos do Passado - Save The Tiger/1973 - é como a final de uma Copa do Mundo). Só que vou atentar-me a três obras - duas parcerias com Billy Wilder e uma com James Bridges (faltando ainda a parceria com um diretor que amo, Black Edwards, conhecido pelo gênero da 'comédia pastelão', que, entretanto, dirigiu Jack em um drama chamado Vício Maldito - Days Of The Wine And Roses/1962.)

Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot/1959) é imensamente sabororo. Com Lemmon e Curtis vestidos de mulher e a Marilyn (musa total!) na melhor fase. Um trio espetacular e um diretor primoroso - uma obra prima que deve ser vista e explorada.


Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment/1960) é um amor. Jack e Shirley (linda de viver!) formam um par fofo. Quase todos os dias, vejo uma cena. Minha frase favorita - I love you, Miss Kubelik... Did you hear what I say, Miss Kubelik? I absolutly adore you... (Eu amo você, senhorita Kubelik...Você escutou o que eu disse, senhorita Kubelik? Eu estou completamente apaixonado por você...).


Síndrome da China (The China Syndrome/1979) é o tipo de filme que não envelhece. Lá estão todas as ameaças de uma usina nuclear, quando somente os interesses financeiros contam - não importa o custo. Ótimas atuações de Jane Fonda, Michael Douglas e, óbvio, Lemmon. Basta lembrar de Fukushima, e você entenderá.

Lemmon foi-se em 2001.

Sua simpatia e talento continuarão... Uma estrela fulgurante!

sábado, 17 de setembro de 2011

Da sensação de impotência e desconforto...

Engraçado, eu não me lembro de ter sentido algo parecido na minha primeira faculdade. Talvez eu tivesse mais energia, esperança e tranquilidade.

Depois de um rio de lágrimas, eis que estou aqui, pensando. As palavras não saem como deveriam, eu nem consigo falar a respeito.

Como descrever a sensação de vazio? E como relatar uma agonia sem precedentes? Minha cabeça dá voltas e mais voltas, lamentando as paredes frias.

Quanto tempo vai durar esse inferno? Minha pirâmide das necessidades básicas desabou - a satisfação pessoal foi para o espaço!

Vontade de largar tudo e ir por aí em busca de uma resposta para minha própria vida. Como aprender sobre 'o divino mundo'?

As palavras de um professor não saem da minha mente - para 'chegar ao topo' (da Física), você necessita mais do que fé... Na verdade, em 6 meses, bombardearam-me com todas as 'negativas' possíveis - professores, colegas, colegas e mais professores. Isso é um grande pesadelo!

Tanta gente [...] ao redor e eu tendo que exercer a polidez de um Quentin Crisp.

E se eu pedisse socorro? Alguém escutaria? Sempre está chovendo em mim. E aqueles 'dias felizes' nunca existiram. Respostas, sentido para a vida...

A sensação de impotência diante desse mundo 'bonito'aparece em nuances cinzas. Desconforto, a velha amiga.

O inverno da alma voltou - não há como florescer em meio a tantos dissabores.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Recomendação Especial - Gaelic Storm

Bem...

Depois desse intervalo de tempo far away from here, eu poderia escrever um longo texto sobre toda a desesperança, letargia e falta de sentimento sobre mim, porém decidi não fazê-lo. Deixarei para uma próxima.

Talvez valha a pena (este texto direciona-se exatamente a um público que sente-se perdido ou sofra do mal da momentânea fase lixão) falar que a minha 'querida universidade' tem-se mostrado uma inimiga bem feroz - muita gente boa reunida e eu flutuando no mundo paralelo, ou seja, é tempo de perguntar-me: será que tenho algum talento para isso, ou é apenas uma inclinação infantil? Não deveria ter assistido à recepção aos calouros. Foi desanimador demais. Acho que ganhei uma passagem de ida para o inferno da 'exclusão' e não me dei conta...

Um lobo solitário possui mais sentimentos do que eu (fase mármore) - apenas observo a multidão e as pessoas que um dia admirei sem reconhecer a euforia de outrora.

***
Gaelic Storm




Minha grande descoberta (culpa do MP4 player da Philips GoGear que trouxe a música). 
A banda fisgou-me nos primeiros acordes do violino com toque irlandês! Perdoem-me, mas preciso dizer que é FODÁSTICO escutá-la!
Formada em 1996, em Santa Mônica, EUA, possui influência céltica - tanto irlandesa como escocesa. Participou da trilha sonora do filme Titanic, em 1997.

A atual formação conta com:

Patrick Murphy (acordeão, spoons, bodhrán e vocal)
Steve Twigger (violão, bouzouki, bandolim e vocal)
Ryan Lacey (djembe, doumbek, surdo, cajón, vocal e percussão)
Peter Purvis (highland bagpipes, uillean pipes, deger pipes e tin whistle)
Jessie Burns (violino e vocal)

Apesar do meu MP4 ter ido para a garantia com apenas 15 dias de uso, eu tenho que agradecer ao cara de Sampa que fez a manutenção, pois foi através desse famigerado e amado aparelho que eu conheci o trabalho do grupo.