domingo, 22 de março de 2015

Devil or Angel?

"Lua, frio, calmaria... E lá estavam eles, jovens e sonhadores. O véu da noite envolvia-os suavemente. Foi  há muito tempo. E ela simplesmente pediu uma dança. E aqueles olhos azuis cor do oceano longínquo disseram sim. Era a época do rádio e do romantismo infinito. [...] A música, então, tocou. Ele, anjo ou demônio? Não importava, pois aquele era o momento."

Minhas paixão por Oldies é algo intrínseco em minha alma. Uma marca da própria personalidade. Sinto saudade de um tempo que não me pertenceu. Foram muitas histórias costuradas e moldadas com a ajuda dos ouvidos grudados nas rádios dedicadas ao som mais doce e inocente que já existiu. 

Sandy (Jonna Lee) e Phil (Lee Montgomery) dançando ao
som de Devil or Angel. Filme A Hora do Terror
(The Midnight Hour/EUA/1985)
A vida não anda tão amarga quanto antes. O sorriso não mascara mais lágrimas noturnas. O coração... Bem, esse continua a indagar sobre tudo o que aconteceu no passado. Ainda existem gotas cortantes, alguns fragmentos que refletem uma dor, infelizmente, ainda, substancial. O coração, partido e esmigalhado, custa a regenerar-se - é a jornada impiedosa imposta e necessária. Entretanto, sobrevivi. E já posso voltar a tecer mais contos fabulosos, embalados pelas canções românticas daqueles anos sessentistas.

... E veio, assim, não mais que de repente, o filme mais emblemático da minha jornada infanto juvenil - A Hora do Terror (The Midnight Hour/EUA/1985). Depois de muito tempo, em mil novecentos e noventa e bolinha, o Cinema em Casa (SBT) trouxe todas as belas Oldies, danças e o amor em sua mais notável inocência (quem se importava se era Halloween?!). E a trilha sonora instigou minha mente. Era o começo de um caso eternamente apaixonante. 

Revi o filme, e lá estavam elas... Sea of Love, Devil or Angel, Baby, I'm Yours... Lembranças extraordinárias, equivalentes ao crepúsculo que via todos os dias da escada da minha casa. Era o meu próprio e imaculado tempo - cheio de esperança, de grandes sonhos, do amor, do oceano azul límpido que nunca esquecerei. 

A jovem líder de torcida e o garoto nerd  certinho -
enredo perfeito para as deliciosas Oldies.
Filme A Hora do Terror (Midnight Hour/EUA/1985)
Ao passo que crescia, não havia maneira de evitar os acontecimentos ruins e traumáticos. Todos diziam que é a famosa experiência de vida. E com ela chegou, também, a nuvem negra que tirou todo o brilho esfuziante de outrora. A paixão jovial esvaiu-se como latas de tintas derramadas e irrecuperáveis. E a máquina que alimenta os ventos selvagens da euforia pela vida de sonhos perdeu muita força. Lembrei, eu estou ficando velha...

E dessa constatação emergiu a importância das lembranças - as fagulhas do sacrifício de Prometeu. São essas chamas intensas, vívidas, pequeninas e eficientes que devolvem-me o sorriso por instantes. 

Brindo e agarro-me a elas o quanto posso e celebro, inebriada, com um forte e aromático café revigorante. 

Enquanto os pensamentos são apenas eles mesmos, ligo o meu rádio - é hora de reviver velhas histórias e voltar a desejar aquela dança...

Em meu mundo, tudo floresceu... Até mesmo os amores inalcançáveis.

***


Oldies do filme A Hora do Terror (Midnight Hour)









Quer saber mais de Oldies aqui no CQ&Sherlock? Então leia:

Recomendação Musical - The Ventures
Glenn Miller
Tracklist da semana - Via Spotify - Hoje é dia de OLDIES, bebê! Part. II

2 comentários:

  1. https://www.youtube.com/watch?v=C7lCiHRuByg&feature=youtu.be

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    1. Que linda cena, não é mesmo, Hevaniel? Mesmo que seja uma despedida e que Phill saiba que Sandy não poderá mais voltar, a sensação de que tudo valeu a pena prevalece. Obrigada por partilhar essa cena no youtube. Todos agradecemos. Abraços.

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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!