quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Crítica da Semana: Boa Noite, Mamãe (Ich seh, ich seh)/2014

Boa Noite, Mamãe é uma ótima surpresa no gênero terror/suspense. Um filme perturbador, na medida, que há muito tempo não se via.

Boa Noite, Mamãe (Ich seh, ich seh/2014 ), dirigido por Veronika Franz e Severin Fiala, é um filme de terror austríaco genuíno, cuja jornada para o desfecho nos leva a conclusões ambíguas até que a verdade seja revelada.

Poderia ser só mais um filme do circuito alternativo a Hollywood, mas não é! O cinema austríaco é extremamente forte, veja o caso de A Fita Branca (Das weiße Ban/2009), que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o Globo de Ouro de Melhor Filme (estrangeiro), além de duas nomeações ao Oscar de 2010. Boa Noite, Mamãe faz jus, com méritos, a essa safra.

O filme centra-se em três personagens, a mãe (interpretada por Susanne Wuest) e os irmãos gêmeos Lukas (interpretado por Lukas Schwarz) e Elias (interpretado por Elias Schwarz).

A abertura da película apresenta-nos uma fotografia belíssima (essa é assinada por Martin Glasbachita), focada em destacar paisagem onde fica a casa da família. E esse paradisíaco lugar é explorado pelos gêmeos de todas as formas, em suas caminhadas e brincadeiras, demostrando uma ligação muito forte entre os dois. A cena do lago pode passar despercebida, mas ali reside o motivo que desencadeia a história que será narrada. Aliás, os detalhes merecem muita atenção, mostrando-nos, em alusões, sentimentos e fatos.


A mãe, depois de algum tempo afastada, retorna à casa com o rosto coberto por ataduras devido a uma cirurgia. Os gêmeos a recebem com estranheza e nos fazem apostar na ideia de que há algo errado com a progenitora. Aos poucos, eles concluem que aquela mulher não é a mãe deles.

São seus pensamentos e sonhos que conduzem o filme. Eles tornam-se nossos olhos e também formam a nossa opinião.

A suposta mãe, às vezes austera, tenta manter a disciplina e uma rotina. A casa, afastada do resto do mundo, passa uma impressão de isolamento proposital. Tudo é bonito, limpo e claro.

Só que, aos poucos, as revelações surgem. E conduzem a um final inesperado.

Sim, as impressões estão erradas. E a mãe apenas tenta manter o que restou da família. Enquanto os gêmeos mostram-se como antagonistas. Bem... Apenas um, pois o outro é fruto do trauma de um acidente traumático e é nesse ponto que a cena do lago volta a nossa mente. Há certas conexões que não podem ser quebradas - na fantasia do menino é que reside o perigo.

A mãe é realmente a mãe, o filho não, pelo menos não o de antes. Tomado pelas decisões do irmão, agora revelado imaginário, o menino vira um carrasco encarnado e esculpido, torturando e exigindo uma verdade que não existe daquela que acredita ser uma usurpadora.

O fim, a essa altura já deduzido pelo telespectador, chega. Ele é cru e preciso - causa e consequência. A reunião tão esperada pelos gêmeos só pode se realizada no ato da morte.

Boa Noite, Mamãe acerta em um roteiro que prende e instiga para depois nos deixar pasmos. E essa é a fórmula perfeita para um terror digno.

Trailer legendado de Boa Noite, Mamãe


2 comentários:

  1. Olá! É evidente que esse não é seu post sobre o latim, mas resolvi postar aqui com o intuito de ficar mais visível. Então, depois que li a introdução da gramática latina de Napoleão Mendes de Almeida fiquei fascinado com a importância do latim. Resolvi então comprar o gradus primus e o gradus secundus. Dito isso, tenho duas dúvidas que creio que você possa responder. A primeira é: você acha que eu deveria começar pelas obras de Paulo Rónai ou de Napoleão Mendes? A segunda é: você acha que eu consigo aprender latim estudando sozinho?

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    1. Olá, Games! Tudo bem com você? Espero que sim! Que ótimo que você está fascinado pelo Latim. Garanto que é uma paixão inesquecível. Vamos lá, respondendo as suas perguntas: pela minha experiência, eu acho que deveria começar com a do Napoleão Mendes. O ideal seria que você assistisse aulas em alguma universidade que tenha a cadeira de Latim (falo isso porque são gratuitas e, geralmente, de ótima qualidade!), por exemplo, o curso de Letras, como falei na postagem sobre o Latim. O Gradus Primus e o Secundus, como fez meu professor de Latim, são complementos do Napoleão (Metodologia dele que eu gostei muito). Eles possuem atividades ótimas, textos maiores para tradução. Acredito que, como tudo nessa vida, aprender sozinho é uma questão de perseverança e muito estudo mesmo. Então, você pode aprender sozinho sim, só que precisa pesquisar bastante (fontes confiáveis!), ver aulas de Latim na Internet, e, não tem escapatória, tem que ter um Português muito bom! Ter em mente que é necessário mesmo - saber direitinho sobre os objetos diretos e indiretos, complemento nominal, verbo transitivo direto e indireto, verbos de ligação e predicativo do sujeito e por aí vai. Na postagem sobre o Latim há links com algumas aulas para aprender o básico, algumas em inglês, outras em Português (as aulas em inglês são muito boas, algumas começando até mesmo pelo alfabeto). Aconselho você a adquirir o livro do Napoleão. Não é um livro barato como os dois Gradus, mas vale a pena tê-lo, muito (nem que você parcele em 10 vezes). Espero que um dia possa ter a oportunidade de ter aulas de Latim em alguma universidade. É uma bela experiência! Abraços! P.S.: Qualquer outra dúvida, pode perguntar!

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Querido (a) leitor (a), obrigada por ler e comentar no Café Quente & Sherlock! Espero que tenha sido uma leitura prazerosa. Até a próxima postagem!